Graças às novas técnicas de datação, cientistas descobriram a pintura rupestre mais antiga da Austrália. Surpreendentemente, esta representa um canguru em uma pintura de 2 metros, na região de Kimberley.
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Como foi feita a datação da pintura
Os cientistas usaram a datação por radiocarbono de 27 ninhos de vespas de lama. A Universidade de Melbourne afirmou que a pintura tem entre 17.500 e 17.100 anos. De acordo com o Dr. Damien Finch, “Isso torna a pintura mais antiga conhecida da Austrália”, ademais, ele é o pioneiro da nova técnica de radiocarbono.
“Este é um achado significativo, pois através dessas estimativas iniciais, podemos entender algo do mundo em que esses antigos artistas viveram. Nunca poderemos saber o que estava na mente do artista quando pintou esta obra a mais de 17 mil anos atrás. No entanto, sabemos que o período naturalista se estendeu até a última Idade do Gelo, então o ambiente era mais frio e seco do que hoje.”
Sobre a pesquisa realizada
A pesquisa em Kimberley faz parte de um projeto maior, de datação da arte rupestre da Austrália. Todo o projeto envolve a Balanggarra Aboriginal Corporation, as Universidades da Austrália Ocidental, Wollongong e Manchester, a Organização Nacional de Ciência e Tecnologia da Austrália, Rock Art Australia e Dunkeld Pastoral.
Dr. Finch e seus colegas publicaram hoje, na Nature Human Behavior, que os abrigos de pedra mantêm as galerias com pinturas rupestres. Muitas eram feitas por artistas jovens durante muitos anos.
Entretanto, o canguru está no teto de um abrigo de pedra, no nordeste de Kimberley, na Austrália Ocidental. Os pesquisadores analisaram as características das pinturas encontradas no local. Assim, descobriram que a pintura é do período naturalista.
De acordo com Finch, “Nós datamos por radiocarbono três ninhos de vespas atrás da pintura e três ninhos construídos em cima dela para determinar a idade da mesma. Concluímos que a pintura tem entre 17.500 e 17.100 anos, mais provavelmente 17.300.”
Ademais, o Dr. Sven Ouzman, da Escola de Ciências Sociais da Universidade da Austrália Ocidental, disse que a pintura vai permitir conhecer mais a cultura indígena. Ainda, Cissy Gore-Birch, presidente da Balanggarra Aboriginal Corporation, disse que é importante que o conhecimento e as histórias indígenas continuem presentes. Dessa forma podem ser partilhados com as gerações futuras.
Assim, o próximo passo é datar mais ninhos de vespas para criar uma escala do tempo da arte rupestre indígena em Kimberley. Além disso, para encontrar novos estilos e separar cada período com mais precisão.
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